Olhemos agora para o altar e vamos ver diáconos, pais, que trazem seus filhos quando ainda pequenos para a Igreja e muitos deles orgulhando-se de vê-los ordenados.
Vemos cabisbaixos às vezes no altar pensando ou mesmo confidenciando uns aos outros porque seus filhos não seguiram seus passos.
Vemos alegres e exultantes em seus cantos, na oportunidade de participar nesta ou naquela cerimônia.
Prontos para ouvir a orientação do sacerdote celebrante...
Às vezes imersos em suas confissões pessoais comunicando-se com o Divino...
Solícitos em atender os fiéis que os procuram...
Que estranho amor é este?
Pessoalmente tive a felicidade ainda quando criança de receber a ordenação de “leitor” nos idos de 1958 junto com muitos que relacionei em meus trabalhos para que seus nomes não fossem esquecidos e, também, para honrar as famílias que os encaminharam para o diaconato.
A maioria deles já pais ou avôs em suas famílias e muitos já falecidos, e num destes momentos não sei se a inspiração poética ou a lógica da ação, tomei a liberdade de escrever sobre o diaconato, dois textos, um anexo quando do cinqüentenário do diaconato no Brasil e mais outro abaixo transcrito.
Neste dia dos pais, com 56 anos de diaconato acho que honraria todos os pais que serviram o altar de Deus nas nossas Igrejas no Brasil, muitos deles foram membros de diretorias e conselhos de edificação ou administração das Igrejas outros estão por aí ainda servindo e mantendo a tradição de trazer seus filhos e netos para as nossas Igrejas.
Por aqueles que se foram fica a nossa oração e por aqueles que continuam acreditando no diaconato e servindo os altares a nossa gratidão.
Aniss Sowmy
Diácono Evangelista
5 de agosto de 2014
Segue o texto transcrito:
O diácono antes de tudo no seu intimo é um solitário, pois diferentemente dos demais leigos, crê com convicção profunda, ama o espiritual e tem de ter os pés no chão, pois ele mesmo precisa alcançar não só o seu provento, mas o dos seus próximos, familiares e ainda poder ajudar quando necessário.
Não deve estender a mão para si, mas sim pedir para ajudar o próximo.
Tem de aprender sozinho o caminho da luz, pois não vai a seminário, não vai a escola de teologia.
É visto como um serviçal à disposição do altar do Senhor.
Como os anjos; tem missão em volta do trono de Deus na Terra, que é o Altar mas deve ser humilde e transparente; sincero e sempre meigo; sempre pronto para ensinar o pouco que sabe do muito do saber divino.
O diácono reza sozinho sempre no recôndito do seu coração, estuda sozinho, tenta entender o próximo e na maior parte das vezes não é compreendido ou então é mal interpretado.
Não pode dar vazão ao sentimento, deve apresentar-se seguro, mas no intimo sabe que é inseguro...,
Vai em frente sempre que pode, é voluntário.
Não tem como o sacerdote o chamamento divino, é voluntário, por amor a Deus e ao Próximo.
Santo Estevão, o primeiro dos mártires era diácono,
Santo Afrem era diácono e nunca aceitou o sacerdócio, pois não se julgava puro o suficiente; virou santo em todas as Igrejas Basilares do Cristianismo.
O diaconato, talvez esteja no gene da família, pois na maior parte dos casos é realmente sucessório, é um amor que existe na família e persiste por gerações.
Na nossa Igreja, mais do que o dever espiritual, o diácono incorpora sempre a idéia de nação: é cristão e é suriani, sempre que pode fala de suas origens, seus ancestrais, sua nação.
Erra, e confia na misericórdia divina, vive na esperança da salvação, e tem certeza da redenção no dia do juízo final.
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